segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Criança é cruel?

Já ouvi essa frase diversas vezes e ela sempre me incomodou muito. Especialmente porque, em qualquer lugar, toda vez que estive perto de crianças, senti minha energia absolutamente renovada. É empírico. Agora, porém, que estou lançando um livro sobre bullying - "O recreio da bicharada" -, e estudei muito esse assunto, pude confirmar a minha teoria e responder com todas as letras: NÃO, criança NÃO é cruel.

Então como explicar o comportamento inaceitável e agressivo de tantas crianças nas escolas, criando apelidos ofensivos e até machucando outras crianças? As pesquisas dos especialistas em todos os casos de que tive conhecimento têm uma mesma causa: os adultos. Todos os casos estudados em que as crianças apresentam comportamento agressivo provêm de exemplos que elas recebem de casa - elas quase sempre são vítimas ou de agressão física, ou psicológica. Ou seja, é um comportamento aprendido, e não inerente à sua pessoa.

Existem exceções, claro. Se considerarmos que há distúrbios psiquiátricos, em pessoas que, de certa forma,  não possuem o que chamamos de "empatia", certamente isso explicaria casos mais graves - e que se manifestam com clareza, geralmente, em idade mais avançada, após a adolescência.

Também há aquelas crianças que, desde muito pequenas, aprontam bastante e muitas vezes são, ao mesmo tempo, hiperativas. O que tenho de informações teóricas sobre isso nas minhas leituras de psicologia é que faz parte do desenvolvimento da criança, geralmente de seis em seis meses, intercalar comportamentos de "boazinhas" com "pestinhas", mas isso serve para ela ir testando os limites e, nesse caso, é fundamental a postura adequada dos pais ao direcioná-las - embora eu possa pagar a língua, por ainda não ser mãe!

De um jeito ou de outro, o que fica claro para mim é que é muito importante termos ciência da nossa referência para os pequenos, sem culpa de impor os limites necessários e cuidando no trato carinhoso com eles, pois, ainda que todos os estudos estivessem errados, uma coisa não podemos negar: nós somos responsáveis por exercer, no mínimo, uma influência sobre esses cidadãozinhos que estão aprendendo o que é o mundo e como se relacionar com ele, e essa influência pode ser fundamental na vida futura deles.

Um comentário:

  1. Querida, tô curiosíssima pra conferir seu novo livro sobre esse tema que é tão necessário discutir, dentro e fora de casa, com a criançada.
    Não acho que crianças sejam cruéis. Acho, na verdade, que todos nós, crianças, jovens, adultos, velhos, temos um forte potencial para a crueldade... tanto quanto para a benevolência. E conversar, debater, refletir - isso tudo faz uma grande diferença na hora de saber para que lado vamos pender.
    Grande beijo!

    ResponderExcluir