quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Nós e o consumismo

"Rata Fashion e Esquilo no shopping" é o meu livro de fábulas que trata de consumismo, lançado em 2011. Foi ótima a experiência de escrevê-lo e de pesquisar o assunto, embora eu já tivesse bastante "experiência pessoal" nisso.

Sim, porque, além de editora e escritora, inventei de realizar um sonho antigo e investi em outra carreira paralela: a de consultora de estilo - ou personal stylist. Um dia - muito em breve, espero -, esse caminho vai cruzar com o de escritora, mas o fato é que estar em contato o tempo todo com uma paixão como a moda é altamente tentador, e eu, que gosto de estética de modo geral (inclusive e principalmente no design dos livros), preciso controlar bastante os impulsos nas visitas aos shoppings.

Justamente porque todos nós somos diariamente bombardeados por apelos de compra dos mais variados tipos (pela TV, nas revistas, na internet, por correio, por email, etc.), cabe-nos o cuidado de servir como bons exemplos aos pequenos, sabendo discernir entre as necessidades e as armadilhas que a todo momento nos são preparadas.

Assim, partilho com vocês alguns dos conselhos sobre evitar gastos desnecessários e compras por impulso que adquiri ao pesquisar o tema para meu conhecimento pessoal e profissional:

* Uma das características principais da sociedade de consumo é a criação da necessidade de se consumir mais do que o necessário. Assim, um bom meio de neutralizar esse poder é ater-se ao máximo àquilo que de fato precisa ser comprado, por meio do preparo de listas de compras, de planejamento prévio sobre quanto gastar, da comparação de preços, do cuidado com produtos já adquiridos para que durem ao máximo, assim como a reciclagem e o reúso de objetos.

* Discutir em casa o conceito de materialismo, ou a oposição entre serter - por exemplo, questionando quão importante é obter aquilo que o colega possui, o que de fato significa prestígio ou quais são as maiores prioridades em nossa vida.

* Planejar atividades de lazer longe dos shoppings sempre que possível, transferindo a sensação de bem-estar material para outros focos realmente saudáveis, como jogos e esportes, passeios ao ar livre, exposições, apresentações musicais, etc.

* Atenção para a falsa criação de necessidades constantes de consumo, como fugazes avanços tecnológicos ou tendências superficiais de moda (lembre-se de que quem dita as tendências é o departamento comercial dessa indústria, com base, entre outras coisas, em materiais abundantes que possam gerar preços convidativos).

* Lembrar-se de que as lojas em geral valem-se de inúmeros recursos de marketing para propiciar o máximo de gasto possível do consumidor, como fazer com que perca a noção do tempo ou determinar o trajeto que ele deverá fazer em seu espaço, especialmente os shoppings e os supermercados, e que você tem autonomia para decidir seu trajeto e suas necessidades reais de compra.  

* Conhecer alguns sintomas que podem indicar vício em compras (embora não necessariamente!): a) gastar mais do que pode; b) comprar e não usar (em excesso); c) esconder as compras para evitar sermões esperados; d) mentir sobre o fato de ter comprado; e) sensação de culpa por gastar; f) canalizar afetividade em objetos materiais; g) ter grande necessidade de aprovação pelos outros; h) ter baixa autoestima; i) ter o hábito de fugir de problemas.
Atenção: isso só chega a ser um problema de fato quando há algum extremo, como comportamento diário de compras ou endividamento. Afinal, é quase impraticável nunca dar uma escorregadinha nesse turbilhão de apelos, mas, tendo consciência disso, é perfeitamente possível driblá-lo!




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