quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Crianças e drogas

Agora que falei especificamente sobre álcool e crack, pensei em tratar das drogas em geral. Até porque está sendo lançado meu livro "Os macaquinhos maluquinhos", que trata sobre esse tema para crianças.

E falar de drogas para crianças é uma atitude ousada, tanto que esperei quase três anos para conseguir uma editora corajosa o suficiente para publicar meu livro - mérito todo da Acerola! -, mas ao mesmo tempo é essencial. Muita gente tem medo de que tocar no assunto possa despertar um interesse gratuito, mas o que ocorre é exatamente o contrário: se os pais e os professores forem os primeiros a falar nissoe da maneira adequadacertamentequando os amigos chegarem com novidadesas crianças já estarão preparadas para lidar com a situação.

Além disso, está comprovado que, no caso do crack, há crianças a partir de nove anos de idade fumando, e não é incomum ver crianças de dez a doze fumando cigarro ou consumindo álcool nas ruas. Esse pode não ser o caso do seu filho, mas sem dúvida deparar-se com a situção chamará a atenção dele.

Assim, o melhor momento de discutir a questão das drogas é justamente antes da entrada na adolescência, quando há tempo de informar e formar. O nível de profundidade vai depender sempre do interesse natural da criança - mesma medida que deve ser usada para outras questões delicadas, como sexualidade.

O essencial é lembrar que droga é uma substância que altera a forma de o cérebro funcionar, e isso inclui também o álcool e o fumo: as drogas lícitas, ou aceitas pela sociedade. Não se deve esconder que as drogas têm um lado atraente - sensações provocadas -, mas que o lado obscuro por trás disso é muito mais intenso e significativo. Em outras palavras, não arriscar é a única garantia de total segurança.

Também é muito interessante lembrar que a indústria por trás da venda das drogas tem todo o interesse em esconder os malefícios causados pelo simples objetivo de ganhar dinheiro, de modo que não se deve cair em argumentos favoráveis ao uso, já que se trata de manipulação de informações. A importância dessa ênfase está no fato de a indústria das drogas cada vez mais direcionar seu apelo aos jovens, na tentativa de fazê-los clientes de médio e longo prazo.

Podemos, ainda, explicar que o uso das drogas, além de trazer problemas de saúde e psíquicos, fazem mal a todos ao redor do usuário, pois muitas vezes a alteração de comportamento leva a violência e a outras atitudes negativas que normalmente não teriam, afetando relacionamentos com aqueles que mais amam e magoando-os.

Só para complementar, gostaria de desmascarar a lenda de que a maconha não vicia: ela não apenas provoca o vício nas pessoas propensas como pode, num único uso, causar transtornos graves, como a síndrome de pânico. E pessoas mais propensas não são aquelas mais bonitinhas, ricas ou bem-sucedidas: pode ser qualquer uma, e a única maneira de saber é arriscando-se.

Outro dado interessante: quem acredita na falsa afirmação de que "todo mundo usa drogas" tem mais chances de fazer uso de substâncias nocivas, e a grande maioria dos jovens não usa drogas, o que pode ser tranquilamente afirmado com base em pesquisas científicas.

De todo modo, "Os macaquinhos macaquinhos" é apenas uma fábula de ficção divertidinha que permite a introdução do tema pelos pais ou professores - apresentando informações específicas sobre como abordar o assunto com seus filhos ou alunos ao final do livro.

Para finalizar, uma coisa é certa: não podemos controlar tudo na vida, mas aquilo que podemos já faz toda a diferença! Então vamos fazer a nossa parte...

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