quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Álcool: a maior das drogas II

Sábado fui parada pela polícia militar para fazer o teste do bafômetro (aliás, quem criou esse nome tem muito mau gosto). Minha irmã, que estava comigo, riu da minha cara (claro!), mas em seguida fez um comentário muito sério e pertinente, do qual tomo a liberdade de me apropriar e lanço aqui: de que adianta o governo realizar ações para inibir se a indústria simultaneamente incentiva e estimula - com muito mais intensidade, força e peso?

Além disso, profissionais de saúde estão constatando que o número de mulheres dependentes tem aumentado significativamente, o que de certa forma mostra que não foi nada absurda a abordagem da polícia - a não ser pelo fato de terem errado feio o alvo!

Mas, falando sério, a situação me fez pensar mais no assunto (que já entrou no meu post anterior) e ter vontade de partilhar os meus conhecimentos sobre o tema, já que pesquisei bastante para escrever o livro sobre drogas e vejo o tempo todo que as pessoas têm muito pouca informação do que de fato o álcool pode fazer na vida de alguém.

Assim, aqui vão algumas infos importantíssimas para repassar ao máximo número de amigos e familiares:

1. O alcoolismo, ou dependência química de álcool, pode ser causado de acordo com a genética, as doses, a frequência e as circunstâncias em que a pessoa bebe.

2. São considerados bebedores moderados aqueles que bebem no máximo 2 drinques por dia (2 latas de cerveja ou 3 copos de chope ou 2 taças de vinho ou 72 ml (menos de 2 doses) de destilados). Porém, a concentração de álcool nas cervejas varia bastante, e é necessário levar isso em consideração, especialmente as com malte. Isso significa que encher a cara "só no fim de semana" é suficiente para aumentar grandemente os riscos da dependência, considerando que o limite máximo semanal para um homem adulto seria de 8 latas de cerveja ou 12 copos de chope ou 8 taças de vinho ou cerca de 7 doses de destilados.

3. Mesmo quem bebe moderadamente não está livre de riscos.

4. Bebendo a mesma quantidade dos homens, nas mulheres o efeito é maior, por causa de sua constituição física e de diferenças na estrutura neurológica.

5. Filhos de dependentes de álcool têm 4x mais chances de se tornar dependentes também.

6. O alcoolismo atinge 10% das pessoas adultas no Brasil.

4. Menos de 2% dos casos tratados em clínicas especializadas não têm recaídas.

No próximo post vou aprofundar o assunto em relação aos males causados pela bebida e as causas da dependência.

Saúde! (Mais ainda se for sem brinde!)

Fontes de consulta:
SENAD - Secretaria Nacional Antidrogas
CEBRID - Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas

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